Um passeio de felucca pelo Rio Nilo
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- joaquimnery
- 28 de julho de 2019
- África Destaques Egito
25 de junho de 2019
O navio Sonesta St. George I estava ancorado em Aswan. Após a visita ao Lago Nasser, seguimos até uma área de venda de produtos de algodão e linho. Esse tipo de visita faz parte dos passeios turísticos e ajuda a incrementar o comércio local.

Depois seguimos para uma área de venda de essências aromáticas, onde assistimos a uma apresentação das essências locais. Muitas delas são utilizadas pela indústria de perfumaria do mundo inteiro. Todas essas visitas terminam em compras. Foi o que fizemos.

Almoçamos a bordo do navio e saímos em seguida para um passeio de felucca, um barco a vela usado pelos pescadores do Rio Nilo há centenas de ano. As feluccas transportam pessoas e produtos em todo o norte da África e no Mediterrâneo, em especial no Rio Nilo. Nessa região de Aswan é utilizada também para passeios turísticos.

O Jardim Botânico de Aswan
Seguimos de felucca até a Ilha de Kitchener onde fica o Jardim Botânico de Aswan. O jardim foi implantado pelo general inglês Horatio Kitchener que foi transferido a serviço, para essa região do alto curso do Rio Nilo. Ganhou a ilha de presente do governo egípcio, como recompensa por ter liderado o exército local em ações contra o Sudão, no final do século XIX. Foi morar na ilha e levou para Aswan, árvores e plantas exóticas dos quatro cantos do mundo e acabou criando um belo jardim botânico na beira do rio.

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As Vilas Núbias da Ilha Elefantina
Continuamos o passeio em direção a uma das comunidades Nubias existentes nas margens do rio, na Ilha Elefantina. Passamos por uma construção exótica, no alto de uma colina, o Mausoléu de Aga Khan, localizado numa encosta árida na margem oeste do Rio Nilo. Aga Khan III foi um bilionário egípcio líder da seita xiita muçulmana local. Quando morreu, em 1957, a sua viúva ergueu o mausoléu que hoje domina a paisagem do lado oposto a Aswan.

Subimos o Rio Nilo através de corredeiras e margeando as suas praias. Numa delas descemos do barco e pegamos carona de uma caravana de camelos até a vila dos núbios. A população da vila tinha sido transferida das suas terras originais quando houve a formação do Lago Nasser.


Oitocentos mil núbios foram transferidos das suas casas com a construção do Lago Nasser. Dezenas de templos também foram transferidos e reposicionados. Hoje os núbios dessa vila vivem de benefícios do governo e complementam a renda com a venda de artesanatos e lembranças para turistas.

A vila é movimentada. Dezenas de barcos levam milhares de turistas para o local.

Uma das curiosidades da vila é a criação de crocodilos em cativeiro, como um amuleto. Depois da visita à vila dos núbios, voltamos para o navio, jantamos a bordo e nos despedimos dos companheiros de cruzeiro. No dia seguinte voltamos para o Cairo.


Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.