As Pirâmides de Gizé
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- joaquimnery
- 4 de agosto de 2019
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Chegando ao Cairo
26 de abril de 2019
Finalizamos o Cruzeiro pelo Rio Nilo, saímos do navio Sonesta St. George I, pegamos um voo da Nile Air de Aswan para o Cairo, com aproximadamente 2 horas de duração e finalmente chegamos ao Cairo. Fomos direto para o bom Hotel Meridien Pyramid, localizado ao lado das Pirâmides de Gizé, no subúrbio de Gizé, nos arredores do Cairo.

O Cairo é a capital e maior cidade do Egito, possui mais de 8 milhões de habitantes e a sua área metropolitana tem mais de 24 milhões. É uma das cidades mais densamente povoadas do mundo. É a maior do mundo árabe e do continente africano.

É pobre, desorganizada e ainda sofre bastante com as consequências da destruição física, econômica e estrutural provocada pela revolução da Primavera Árabe em 2011, com um grande levante popular contra o governo que forçou a renúncia do Presidente Hosni Mubarak.

As Pirâmides de Gizé
O Cairo fica nas margens do Rio Nilo, a sul do delta. Saímos para conhecer as Grandes Pirâmides de Gizé localizadas no Platô de Gizé onde ficava a necrópole de Mênfis, uma das capitais do Egito Antigo. O Parque das Grandes Pirâmides fica ao lado do nosso hotel e rapidamente chegamos lá. A grandiosidade das pirâmides impressiona à distância, mas ficamos também impressionados com a desorganização e descuido com um monumento tão importante para a história da humanidade.

O estacionamento de carros e ônibus, de turismo ou não, chegam até a base das pirâmides, criando uma clara percepção de insegurança e tirando um pouco do encanto com o que está em nossa frente. Cinco mil anos de história que deveriam estar intocadas e protegidas é invadida por ambulantes e turistas de uma forma desorganizada. As pessoas sobem nas pirâmides, nos degraus mais baixos, os carros sujam as fotografias e os ambulantes incomodam muita gente.

As Pirâmides de Gizé, são a única das Sete maravilhas do Mundo Antigo que continuam existindo. A primeira sensação é a falta de planejamento para atender ao fluxo de turistas e uma frustração com a desorganização. Passeios de camelos, cavalos, vendedores ambulantes de suvenires, refrigerantes, sanduiches, etc., além de pedintes insistentes. Tudo isso incomoda, mas não chega a tirar a emoção de estar diante dessa maravilha feita pelo homem há cinco mil anos.

O Platô de Gizé, há 5 mil anos, se tornou uma área de sepultamentos reais, uma necrópole para a cidade de Mênfis, antiga capital do Egito. Depois que o faraó morria, o corpo era transportado de barco até um templo nas margens do Rio Nilo, onde era preparado para a mumificação, depois eram enterrados dentro das pirâmides. Em menos de 100 anos, durante a 4ª Dinastia do Império Antigo (2686-2181 a.C.), as três grandes pirâmides foram erguidas em Gizé, para os faraós daquela época, Quéops, o seu filho Quéfren e o seu neto Miquerinos.

Ao lado das pirâmides principais, foram erguidas as pirâmides secundárias para as rainhas, e outros túmulos para membros das famílias dos reis, sacerdotes e outros personagens da corte.

A Pirâmide de Quéops é a mais antiga e maior das três, é conhecida como A Grande Pirâmide de Gizé. Originalmente possuía 146,5 metros de altura, o desgaste da erosão reduziu um pouco a sua altura e hoje ela possui 139 metros. É uma obra perfeita de arquitetura e engenharia. Foi construída em 2.560 a.C. a sua construção levou entre 10 e 20 anos. Trinta mil homens trabalharam na construção da pirâmide. Foi a mais alta construção feita pelo homem até o ano de 1.311, na Idade Média, quando a Catedral de Lincoln, na Inglaterra, alcançou 160 metros.

Originalmente, A Grande Pirâmide era coberta por pedras polidas que brilhavam à luz do sol. A base da Pirâmide de Quéops é um quadrilátero de 230 metros de base, para cada lado. A sua construção seguiu princípios e cálculos matemáticos perfeitos. É a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que permanece de pé.

Os turistas têm acesso às pirâmides e isso pode acelerar o desgaste das suas estruturas. É possível descer por um dos túneis funerários. Para tentar preservar um pouco mais, as pirâmides fecham em períodos alternados e o número de visitantes é limitado. Optamos por não fazer isso, até porque os túneis estão vazios, sem decoração e paira uma sensação de claustrofobia no interior.

O Museu do barco do Sol
Ao lado da Pirâmide de Quéops foi encontrada em 1954, uma grande barca utilizada para o funeral do Faraó, que ele deve ter usado após a morte para a travessia do grande pântano em direção a uma nova vida. Essa barca foi retirada daí e os egípcios deixaram o buraco ao lado da Pirâmide.

O Navio foi descoberto em pedaços e os arqueólogos levaram 14 anos para juntar as 1200 peças que recompuseram a barca. Transferiram o navio para um prédio de mal gosto construído logo atrás da Pirâmide de Quéops, o Museu do Barco do Sol. Mais uma vez um descaso com um patrimônio da humanidade. O Museu interfere muito negativamente no sítio das Pirâmides.

Circundamos a Pirâmide de Quéops e pegamos o carro para ir até um mirante de onde se tem uma vista espetacular do conjunto. O acesso ao mirante pode ser feito a pé, de carro, camelos, cavalos e carroças.

A Pirâmide de Quéfren
A Pirâmide de Quéfren possui 136 metros de altura. Atualmente é 3 metros menor que a de Quéops. Na sua parte superior ainda existe um pedaço do revestimento original, que disfarçava os blocos de pedra e passava a sensação de que era apenas um bloco de granito maciço. A extensão de cada lado da sua base é 15 metros menor que a de Quéops.

Como ela fica num terreno um pouco mais elevado, temos a sensação que é maior que A Grande Pirâmide, mas é uma ilusão de ótica.

A Pirâmide de Miquerinos
A Pirâmide de Miquerinos é a menor das três, mas possui 61 metros de altura. Originalmente eram 65 metros. A área da base é menos de um quarto das suas vizinhas. A pirâmide foi reduzida, mas o seu templo mortuário se tornou maior e mais elaborado. Pode ter sido o início de uma evolução para túmulos mais elaborados e mais escondidos, que tiveram o seu apogeu no Vale dos Reis.

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Ao lado da Pirâmide de Miquerinos aparecem as pirâmides secundárias das esposas mais amadas. As três Pirâmides das Rainhas tinham aproximadamente 30 metros de altura.

A Esfinge de Gizé
Deixamos o sítio das Pirâmides e fomos para a parte mais baixa do terreno, onde fica a Esfinge de Gizé. É um outro parque arqueológico, portanto paga-se um ingresso à parte. A Esfinge foi encontrada em 1852 pelo arqueólogo Auguste Mariette. Ela estava totalmente soterrada pela areia do deserto. Quando foram feitas as escavações, descobriu-se que a Esfinge de Gizé havia sido esculpida em um único bloco de pedra natural existente naquele local.

A construção da Esfinge é atribuída ao Faraó Quéfren, que teve uma vida longa e quis simbolizar, com a esfinge, que ele possuía força física e mental para continuar governando e, portanto, não ser destituído pelos seus conselheiros. A Esfinge data de 2.500 a.C. e representa a cabeça de Quéfren com o corpo alongado de um leão. A cabeça simbolizava a força mental e o corpo do leão a força física. Vida longa ao Faraó Quéfren.

É a escultura monumental mais antiga do mundo e fica em frente às pirâmides de Gizé e à sequência de pirâmides das rainhas, dos templos e túmulos. Possui 20 metros de altura.

O papiro
Saímos do sítio onde fica a Esfinge de Gizé e fomos para uma loja nos arredores, onde assistimos a uma demonstração sobre como são fabricados os papiros. A loja, de muito bom gosto e com um atendimento muito simpático, produz e vende telas pintada no papiro, com temas, sobretudo, da mitologia egípcia ou do cotidiano do país.

O papiro é uma vegetação que cresce livremente nas áreas inundadas das margens do Rio Nilo. Foi muito importante no desenvolvimento da história e na preservação da escrita para o Egito. O caule do papiro é cortado em tiras finas, que são molhadas, sobrepostas, cruzadas e depois prensadas. Dessa técnica surgiu o “papel” e os rolos de pergaminho, que possibilitaram as pinturas e a escrita dos textos em hieróglifos.

A escrita em hieróglifos data de 3.200 anos antes e Cristo. É o sistema de escrita mais antigo do mundo. Saímos da galeria de telas pintadas no papiro e voltamos para o hotel Le Meridien Pyramid. Jantamos no bom restaurante italiano do hotel.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.