A geografia e o turismo dos Estados Unidos, live, parte I
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- joaquimnery
- 12 de julho de 2020
- América Estados Unidos da América Super Destaque
30 de abril de 2020
A geografia dos Estados Unidos da América
O relevo dos Estados Unidos
Essa foi a quarta live que fizemos durante o período de quarentena da pandemia do coronavírus em 2020. Foi um projeto do instagram @umpouquinhodecadalugar objetivando levar para o público que acompanha a rede social, um conteúdo de entretenimento, sobre geografia e turismo de alguns destinos especiais do mundo.
Abrimos a live sobre os Estados Unidos falando da posição geográfica do país e dando ênfase às características do relevo americano. Chamamos a atenção para as semelhanças entre a configuração do relevo da América do Sul e da América do Norte, caracterizados pela presença de cordilheiras de montanhas novas na parte oeste dos subcontinentes, planaltos e montanhas antigas na parte leste e planícies na parte central. Essa característica do relevo teve um papel determinante na ocupação inicial do território americano, pois as treze colônias inglesas que foram implantadas na costa leste da América do Norte, tiveram dificuldades em penetrar no continente, em função da presença da Cordilheira dos Montes Apalaches. Por trás dos Apalaches penetraram os franceses, que entraram pelo vale do Rio São Lourenço e depois pelo vale do Rio Mississipi, chegando até ao Mar do Caribe, onde surgiu a cidade de Nova Orleans, no atual estado de Louisiana.
Na região central existe uma imensa planície com grandes pradarias férteis, cortada pelos vales dos Rios Mississipi e Missouri. Essa área somente começou a ser ocupada pelos americanos, após a independência dos Estados Unidos e com a chegada de uma grande quantidade de imigrantes europeus, das mais diversas nacionalidades, que vieram para a América em busca de terras concedidas pelo estado, que tinha interesse em ocupar toda a região. Chamamos a atenção para os grandes desertos da região oeste e para a magnífica cordilheira das Montanhas Rochosas, que cortam a porção oeste do país.

A ocupação territorial
A expansão para o oeste foi marcada pelos conflitos com o México e consolidou o atual território dos Estados Unidos da América. Após a Guerra da Secessão, essa expansão se consolidou e a descoberta do ouro na Califórnia, levou mais uma multidão de novos americanos para a região, que seguiam em grandes caravanas impulsionados pelas ferrovias que foram instaladas e pelo desenvolvimento do sistema de comunicação com a implantação do telégrafo em todo o território.

O atual território americano foi sendo consolidado no final do século XIX, com a aquisição do Alasca na mão dos russos e com a consolidação da posse do arquipélago do Hawaii. O Alasca foi comprado por um valor irrisório, porém bastante questionado na época, pois considerava-se que seria apenas um grande bloco de gelo com vida selvagem intensa. Logo após a aquisição do território do Alasca, foi encontrado ouro na região, o que levou a uma nova e grande corrida do ouro, desta vez para as terras geladas do Alasca.

Na sequência, fizemos uma análise sobre as características dos climas no território americano, com ênfase na influência da continentalidade, do relevo e das correntes marítimas por todo o território do país. Destaques para os climas subtropicais da Flórida, o clima continental da maior parte dos Estados Unidos, os desertos da região central e oeste e o clima mediterrâneo da Califórnia.

O turismo nos Estados Unidos
Começamos a análise sobre as principais atrações turísticas dos Estados Unidos, com o Território da Alasca. Fizemos isso a partir da sequência de uma viagem que realizamos ao Alasca, em um Cruzeiro que seguiu até Vancouver, no Canadá.

Começamos pela cidade de Anchorage, a maior do Alasca, com a sua localização estratégica, que funciona como um “hub” comercial estratégico.

A partir de Anchorage conhecemos o Centro de Conservação da Vida Selvagem do Alasca, onde ficam animais capturados em condições de risco e que seguem sendo tratados e estudados neste centro, para uma maior compreensão desses animais, como: Ursos, lobos, alces, águias, caribus, etc.

De Anchorage seguimos para a cidade portuária de Seward, onde embarcamos num cruzeiro de 7 noites no navio Norwegian Sun, da companhia Norwegian Cruise Line.

No primeiro dia de navegação, tivemos a oportunidade de penetrar no Fiorde de Russel e encontrar o gigante Hubbard Glacier, ou Glaciar Azul, o maior que vimos nessa viagem e o maior do Alasca,

No Segundo dia de cruzeiro, fizemos uma parada na localidade de Icy Strait Point onde foi construída uma grande estrutura de lazer que serve de apoio aos cruzeiros que passam pela região. No porto construído com esse propósito, existe um centro de apoio aos turistas, de onde saem uma série de excursões opcionais para os arredores. Seguimos para ver as orcas e baleias jubarte e tivemos momentos de grandes emoções que relatamos na live.

No terceiro dia ancoramos em Juneau, a capital do Alasca. Com uma população de pouco mais de 30 mil habitantes, Juneau é a menor capital dentre todas as dos estados americanos e a terceira maior cidade do Alasca. A população aumenta no verão e a cidade fica quase deserta no inverno.

Depois de Juneau apresentamos o Inside Passage, um dos momentos mais bonitos do cruzeiro. O Inside Passage é um fiorde, cercado por altas montanhas, de uma beleza incomum. O silêncio, a leveza e contemplação da navegação são inesquecíveis.

No quarto dia de cruzeiro passamos por Skagway, uma cidadezinha na costa do Alasca, na extremidade norte da Inside Passage, que foi o centro da “Corrida do Ouro” nesse estado americano, no século XIX.

Milhares de aventureiros de todas as partes do mundo chegaram a Skagway a partir de 1896, atraídos pela notícia da descoberta de ouro em grande quantidade nas águas do Rio Yukon, um afluente do Rio Klondike, próximo à fronteira do Alasca com o Canadá. O acesso era difícil. Temperatura extrema, terreno montanhoso com declives íngremes criavam o ambiente de desafios para se chegar à nascente do Rio Yukon.

Ketchikan é a última parada da Inside Passage, para os cruzeiros que vêm de Seward no sentido sul, com destino ao Canadá. Nos arredores do porto, uma grande quantidade de barcos de pesca, ferryboats e hidroaviões circulam freneticamente para todos os lados. A cidade que possui pouco mais de 8 mil habitantes, recebe cerca de 12 mil turistas por dia, na temporada dos cruzeiros do Alasca. Uma das suas principais atrações é o charmoso distrito de Creek Street, uma antiga área de prostituição cheia de palafitas de madeira, com fachadas coloridas com tons fortes, ligadas por uma passarela de madeira.

O primeiro fenômeno que presenciamos foi a enorme quantidade de salmões que sobem os rios para fazer a desova nessa época do ano.

Depois pegamos um hidroavião e fomos até a ilha santuário de ursos negros. O urso negro é um animal grande e feroz. No fim do verão, se alimentam sobretudo dos salmões que são abundantes na região. Isso permite um grande acúmulo de gordura que possibilita a hibernação durante o inverno, numa toca, feita em tocos de árvores, ou no chão. Quando acordam, no início da primavera, a fome é intensa e eles comem tudo que encontram pela frente, desde pequenos animais, raízes, gramíneas, peixes, etc. Apesar do peso, possuem grande habilidade para subir em árvores.

O texto sobre a live de @umpouquinhodecadalugar segue no próximo post.
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.