Puebla, um dos “Pueblos Mágicos” do México
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- joaquimnery
- 11 de dezembro de 2019
- América Destaques México
03.11.2019
A viagem para Puebla
Saímos do Hotel Marriott Reforma da Cidade do México, pela manhã, para retirar o carro que tínhamos locado com a Hertz. O serviço de entrega foi muito ruim. O carro que tínhamos reservado e pago previamente não estava disponível. Precisamos aguardar por um longo tempo. Quando chegou, estava sujo. Precisamos esperar mais algum tempo para que fosse lavado e preparado para a entrega. Apesar de ser um carro de luxo, tinha mais de 80 mil quilômetros rodados e logo mais, saberíamos que a mecânica também não estava muito boa.

Saímos da Cidade do México e pegamos a excelente estrada pedagiada, de pista dupla em direção à cidade de Puebla. São 130 km de distância, na autoestrada Cidade do México – Puebla, que percorremos em pouco mais de duas horas. O percurso é cenográfico, muito bonito e passa por regiões montanhosas, atravessando a meseta mexicana. São planaltos de grande altitude, cercados por montanhas e vales.

Chegamos a Puebla e passamos um primeiro estresse na viagem. Enquanto circulávamos pela cidade procurando o hotel onde ficaríamos hospedados, o nosso carro foi fechado por um outro veículo. O motorista era um jovem com pouco mais de 20 anos de idade. Saiu gritando, se aproximou do nosso carro e chegou a dar murros na porta. Não entendemos o que estava acontecendo, mais foi de uma agressividade assustadora.

Finalmente chegamos no excelente Hotel Boutique Cartesiano e a partir daí as coisas começaram a melhorar. O Hotel Cartesiano fica na entrada da parte histórica da cidade de Puebla. É um hotel moderno, implantado num casarão antigo, mas totalmente reformado. Possui um serviço impecável e uma decoração excelente.

A Cidade de Puebla
Deixamos o carro no hotel e saímos caminhando para começar a conhecer a cidade. Puebla é a quarta maior cidade do México, possui cerca de 2,1 milhões de habitantes. Foi o primeiro povoado implantado no México, pelos espanhóis, sem influência dos povos pré-colombianos da meso-américa. Hoje é uma cidade universitária, possui uma população jovem e com um centro histórico bastante preservado com a arquitetura colonial mexicana.

Seguimos caminhando, por entre uma feira de artesanatos, até o Zócalo de Puebla, a praça principal da cidade, em frente à Catedral. No meio da praça assistimos a uma série de apresentações de danças indígenas e coloniais em homenagem ao Dia dos Mortos.

Ainda fazendo parte das comemorações do Dia dos Mortos, fomos visitar uma oferenda especial implantada no interior do prédio da Prefeitura. Havia uma fila enorme de pessoas para ver a oferenda. Tivemos que ficar na fila pois a oferenda seria desmontada naquela noite.

Na volta para o hotel, encontramos várias pessoas vendendo os Chapulines, um espécie de gafanhotos que são coletados no campo nessa época do ano e que são fritados e comidos pelos mexicanos como um petisco precioso. Não provamos, mas a informação é de que têm gosto de camarão.

O Mole de Caderas
Voltamos para o hotel e fomos jantar no Restaurante do Hotel Cartesiano, onde provamos um “Mole de Caderas”, o prato mais típico dessa região da meseta mexicana. O “mole” é o prato típico de Puebla. É um cozido com muito caldo, servido em prato fundo, que pode ser preparado com vários tipos de proteínas. Originalmente era preparado com peru.

O “Mole de Caderas” utiliza como base de proteína, a parte do traseiro de cabritos criados em clima bastante seco e que ficam sem capim e sem acesso a água por algum tempo. O animal emagrece bastante, lambe a rocha e o solo, o que salga naturalmente a sua carne. É considerado como uma iguaria para os moradores de Puebla. A temporada do Mole de Caderas é curta e coincide com o período do Dia dos Mortos.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.