Golfo de Aqaba, um dos lugares mais estratégicos do mundo
19 de abril de 2019
A cidade de Aqaba fica numa das localizações geográficas mais estratégicas do mundo, no extremo final do Golfo de Aqaba, uma das pernas do Mar Vermelho, quando ele se abre para formar o Deserto do Sinai. O Mar Vermelho já tem um papel fundamental, pois viabiliza a ligação entre o Oceano Índico e o Mar Mediterrâneo, que por sua vez está integrado ao Oceano Atlântico. Quando o Mar Vermelho se aproxima do Mediterrâneo, ele se abre em dois golfos, o de Aqaba e o de Suez.

No final do Golfo de Aqaba fica a cidade de mesmo nome, e a divisa entre Jordânia, Israel, Egito e Arábia Saudita. A Jordânia possui apenas 26 km de litoral. Dá para sentir a intensa energia que existe na região. A cidade também é importante para o turismo, pois é uma excelente base de apoio para os visitantes que querem seguir para Petra ou para o Deserto Wadi Rum.
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Na ponta final do Golfo fica o Porto de Aqaba, uma área estratégica e único portão de acesso à Jordânia, pelo mar. Ao lado de Aqaba fica a cidade israelense de Éilat, com o seu porto, também estratégico, pois liga Israel com o Mar Vermelho.

Lawrence da Arábia
Ao longo da história, Aqaba sempre teve um papel importante. Foi aqui que o lendário oficial inglês Lawrence da Arábia conseguiu a sua mais representativa vitória na luta contra o Império Turco-Otomano, durante a Primeira Guerra Mundial, liderando um exército de beduínos que atravessou os desertos do Oriente Médio, desde Damasco até o Mar Vermelho, para conquistar o Porto de Aqaba.

As conquistas de Lawrence da Arábia impulsionaram a Revolução Árabe, que destruiu o Império Turco-otomano e repactuou a distribuição territorial no Oriente Médio, criando países como a Jordânia, Iraque, Síria, irã, dentre outros. A conquista de Aqaba abriu um grande portão para a entrada de suprimentos que vinham do Egito, para as tropas inglesas que lutavam nos desertos do Oriente Médio. Isso ajudou a derrotar os Turcos na região.

Saímos pela manhã para conhecer Aqaba. A cidade é pequena, apesar de tão estratégica. Aqaba possui aproximadamente 100 mil habitantes, mas é vibrante e animada. Saímos caminhando até a orla, pois a expectativa de ver o Mar Vermelho era grande. Estávamos numa sexta-feira, o dia de descanso dos muçulmanos, o equivalente ao nosso domingo, e a praia estava lotada.

Crianças brincando num mar de água cristalinas, algumas acompanhadas pelos pais, e as mulheres apenas observavam na beira do mar, sem poder entrar. Muitas colocavam o pé na água e deixavam as fracas ondas, molhar os seus vestidos. A imagem daquelas mulheres na beira da praia observando os filhos se divertindo na água, nos passa uma impressão de repressão na cultura familiar muçulmana.

Apesar disso, sempre que tentei fotografar as mulheres muçulmanas jovens, tive a clara sensação de aceitação, permissão e felicidade em se deixarem ser fotografadas. A retribuição com um sorriso ou brilho no olhar estava sempre presente.

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O mar de Aqaba
Centenas de barcos ficam na beira da praia, oferecendo serviços para turistas e residentes. Passeios de barco levam até as praias do sul, onde existem áreas de mergulho com snorkel ou garrafa. Os corais da Jordânia nos arredores de Aqaba formam mais de 30 pontos de mergulho, que estão entre os melhores lugares do mundo para essa prática esportiva.

Na caminhada pela orla, chegamos até a Fortaleza de Aqaba que estava sendo reconstruída e, portanto, não podíamos visitar. Foi o palco da vitória final de Lawrence da Arábia sobre os Turcos-otomanos.

Pegamos um táxi para as praias do sul, com destino ao Berenice Beach Club, um clube de praia privativo, com boa infraestrutura, onde turistas e locais se divertem no Mar Vermelho. Antigamente os gregos chamavam Aqaba de Berenice.

No Berenice, o visitante paga um ingresso e tem acesso à praia, com cadeiras, toalhas, banheiros com chuveiro, armários para guardar roupas, restaurante e ainda pode contratar outros equipamentos de lazer, como óculos de mergulho para a prática de snorkel nas barreiras de corais, aluguel de lancha, paraglider, etc.

As águas do Mar Vermelho nessa região são muito transparentes e permitem uma visibilidade de até 40 metros de profundidade. A região é cercada por uma grande barreira de corais, uma das atrações do lugar. No final da tarde, voltamos para Aqaba e à noite fomos para o mesmo restaurante Diwan, que tínhamos ido no dia anterior, no Hotel Double Tree by Hilton.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (4)
joaquimnery
24 out 2019Olá Elisangela,
Não existe comprovação história ou arqueológica sobre o lacal exato da travessia dos Hebreus no Mar Vermelho, mas a maior probabilidade é nessa região próxima a Nuweiba. Veja no link abaixo.
https://www.renovaturismo.com/single-post/2018/02/27/Mar-vermelho-o-local-da-travessia
Um abraço
Joaquim Nery
elisangela
24 out 2019olá Joaquim, quero muito conhecer o Mar Vermelho, mais especificamente o local provável da travessia dos hebreus, fiz várias pesquisas na internet e em cada site fala de um local diferente, o que achei mais foi a praia de Nuweiba, você sabe me informar se é esse mesmo o local da travessia?
joaquimnery
30 jun 2019Miguel,
Você vai amar a Jordânia. Aproveite!
Joaquim Nery
Miguel A. Gonçalves
26 jun 2019Daqui a dois meses estarei aqui! Ansioso e curioso com a viagem à Jordânia!