O Castelo de Ajloun, na Jordânia
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- joaquimnery
- 16 de junho de 2019
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16 de abril de 2019
Seguimos de Jerash para o Castelo de Ajloun, localizado a 76 quilômetros de Amã, um pouco mais a norte em relação a Jerash. Ajloun é uma cidade montanhosa com aproximadamente 130 mil habitantes, famosa pelas maravilhosas ruínas de um castelo dos tempos dos cruzados. A cidade fica num verdadeiro oásis no meio da aridez da Jordânia. É uma comunidade agrícola, mas o destaque está na sua história.

O Castelo de Ajloun fica no alto do Monte Auf, 1.200 metros acima do nível do mar, foi construído por um sobrinho do líder muçulmano, Saladino, em 1.180 d.C., com o objetivo de proteger as minas de ferro existentes aí, da invasão dos Cruzados no Oriente Médio. O Castelo Qala’at Al-Rabad, serviu como base para Saladino expulsar os Cruzados da Jordânia em 1189.

O castelo original possuía quatro torres protegidas por fossos ao seu redor, com 16 metros de largura. A posição privilegiada permitia vigiar todos os vales ao redor, inclusive o Vale do Rio Jordão e o Mar da Galileia, na região de Tiberíades. Essa localização estratégica dava ao Castelo uma importante vantagem defensiva.

Servia como parte integrante de um sistema de comunicação com pombos-correios, que interligava Damasco ao Cairo em apenas um dia.

Em 1260 o Castelo foi conquistado e destruído pelos mongóis, porém reconstruído logo em seguida. Em 1837 e em 1927, fortes terremotos danificaram bastante o Castelo. É um dos melhores exemplos de arquitetura militar árabe. Hoje está sendo restaurado e é aberto à visitação pública.

Na chegada ao Castelo, atravessamos uma ponte sobre o fosso, que hoje encontra-se seco, e entramos na parte principal do Castelo por uma grande porta. Os salões e galerias formam um belo labirinto que se percorre o interior da fortaleza com uma excelente iluminação.

No alto do Castelo existe uma bela vista de 360 graus sobre os vales que rodeiam o sítio histórico.

A burca e a beleza árabe
Num dos salões do Castelo, me encontrei frente a frente com uma mulher jordaniana usando burca. Há muito queria fazer uma bela foto com essa imagem. Fotografar pessoas é sempre muito complicado, pois existe toda uma preocupação ética. Nunca sabemos quando e o quanto estamos incomodando. Acho que a jovem mulher percebeu a minha dúvida. Tocou no meu braço e pediu para que fizesse a foto. Fiz o clique e amei o resultado. O brilho e a meiguice do olhar da jovem, quebra os preconceitos que eventualmente temos com mulheres de burca. Dá para imaginar o quanto linda ela é.

A burca é uma peça do vestuário das mulheres muçulmanas que se caracteriza por cobrir todo o corpo, inclusive o rosto. Em alguns países e culturas, cobre-se inclusive os olhos com uma tela. Na maioria dos países muçulmanos, o uso da burca não é obrigatório, mas uma forte tradição religiosa e cultural. Tradicionalmente elas são de cor preta ou azul. A obrigatoriedade do uso da burca pelo regime Talibã, no Afeganistão, além de atentados suicidas realizados por mulheres com burca, aumentou em muito o preconceito ocidental com a vestimenta muçulmana, que ganhou um significado pejorativo e passou a representar um símbolo de submissão feminina no mundo islâmico. Não foi essa a sensação que tivemos com relação às mulheres de burca que encontramos na Jordânia.

Essa modelo que me inspirou usava um Nicabe, que significa “máscara” em árabe. É um tipo de burca que cobre todo o corpo da mulher, com exceção dos olhos. Voltamos para Amã e fomos jantar no bom restaurante francês La Capitale, do Hotel Four Seasons.

Leia também sobre Jerash, um dos tesouros da Jordânia, no post: https://umpouquinhodecadalugar.com/asia/jordania-asia/jerash-a-maravilhosa-cidade-romana-da-jordania/
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.