O emocionante encontro com o Rio Solimões
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- joaquimnery
- 11 de junho de 2015
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- Amazonas Brasil
24 de abril de 2015.
Esse foi o nosso último dia no Cruzeiro do Iberostar Grand Amazon, pelo Rio Negro. Acordamos cedo mais uma vez, para ver o fenômeno do Encontro da Águas entre os rios Negro e Solimões. O Grand Amazon passou pela área em que os rios se encontram ente 6 e 6:15h e precisávamos estar lá para ver.

A coloração barrenta do Rio Solimões contrasta com a coloração escura do Rio Negro e os dois rios, a princípio não se misturam, por causa da diferença de densidade entre as duas águas. O contraste é evidente e gera um fenômeno natural interessante. Os rios permanecem juntos e separados por muitos quilômetros. Somente mais abaixo é que as suas águas vão se misturando.

O navio ancorou em Manaus às 8h da manhã. Antes de seguir para o aeroporto, saímos para um passeio em direção ao Rio Solimões, organizado pelos guias do navio. Esse programa foi opcional, não estava no pacote do navio.

O encontro com o Rio Solimões, num barco pequeno, evidencia ainda mais o gigantismo do rio. O Solimões é o próprio Rio Amazonas. Ele nasce no Peru, no alto da Cordilheira dos Andes, nas nascentes do Rio Ucayali. Entra no Brasil com o nome de Solimões e somente passa a se chamar Amazonas a partir do encontro com o Rio Negro.

Fizemos uma primeira parada numa casa de caboclo, na beira de um igarapé, no Rio Solimões, onde vimos uma pequena criação de pirarucus. O caboclo cria os pirarucus em cativeiro e com isso tem a autorização do IBAMA para realizar o abate, quando os peixes alcançam mais de 1,5 metros de comprimento.

Participamos de uma simulação de pesca ao pirarucu. O caboclo coloca um pedaço de peixe numa pequena corda amarrada numa vara, simulando uma pescaria. O pirarucu é um gigante, agarra a isca com força, até conseguir retirá-la da amarração.

A família do caboclo na beira do rio é numerosa. As crianças circulam livremente, com desenvoltura, sobre as tábuas, perfeitamente adaptadas a essa condição.

Uma das moradoras carregava um bicho-preguiça de estimação e pedia um trocado para que ele fosse fotografado.

Na cabana a família vendia também um artesanato simples, mas que ajudava na sustentação daquela pequena comunidade.

Seguimos adiante, atravessamos vários “furos” entre os rios Negro e Solimões. Os “furos” são passagens de água interligando dois ou mais rios. Como a Amazônia é muito plana, essa formação geológica favorece a formação dos “furos”.

Nos caminhos entre igarapés, igapós e furos, vimos garças brancas, jaçanãs, garça maguari ou garça cinzenta, gaviões e árvores seculares

Encontramos as maravilhosas vitórias-régia, que podem chegar até 1,8 metros de diâmetro. A vitória-régia é um dos símbolos da Amazônia. A sua folha gigantesca, que pode chegar até a 2,5 metros de diâmetro, pode suportar até 40 quilos se forem bem distribuídos sobre a planta.

Ela produz uma bela flor que pode aparecer em colorações diferentes: branca, lilás, roxa, rosa e amarela. São muito mais comuns nas águas barrentas do Solimões e Amazonas.

O Solimões é um rio mais cheio de vida, pois a água menos ácida possibilita muito mais peixes que o Rio Negro. Mais peixes, mais aves e mais população ribeirinha, que vive desses recursos do rio.

Circulando pelo Rio Solimões, vimos muitas comunidades ribeirinhas nas margens do rio. Paramos num restaurante flutuante para almoçar. Na realidade um centro integrado para turismo. Restaurante, observação da floresta, macacos e vitória-régia. A comida era excelente. Almoçamos por aí.

Após o almoço, voltamos para Manaus. No caminho fomos parados por uma canoa com uma família de caboclos que expunham alguns animais para que pudéssemos fotografar em troca de gorjetas: jacarés, preguiça e uma jibóia com cerca de 3 metros de comprimento. É a maneira que têm de obter alguma renda.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
Ely kosanovich
12 jun 2015Lindeza!