Vinícola UVVA, um “diamante” na Chapada
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- joaquimnery
- 15 de maio de 2023
- Bahia Brasil Super Destaque
1º de maio de 2023
A agropecuária da Chapada Diamantina
Hoje foi o dia que reservamos para conhecer a vinícola UVVA, a mais nova atração da Chapada Diamantina, localizada a 20 km de Mucugê e mais um motivo para passarmos um dia extra na cidade. No caminho de Mucugê até a UVVA, vimos os projetos agropecuários da Chapada Diamantina, nas imediações da Barragem do Apertado. São grandes propriedades que desenvolvem uma agricultura intensiva, totalmente irrigada e moderna. Os destaques ficam para a Agropecuária Igarashi e para a Fazenda Progresso. A Igarashi produz batatas e possui uma grande estrutura de agroindústria, onde emprega milhares de pessoas da região. A Fazenda Progresso se dedica à produção de café, uva e desenvolve um excelente projeto de enoturismo.

A Vinícola UVVA
A Vinícola UVVA é um projeto único e surpreendente, que promete desenvolver o enoturismo na Chapada Diamantina. Foi implantada na região central da Chapada, nos arredores da cidade de Mucugê, na borda da Serra do Sincorá, onde não havia tradição para a produção de vinhos. Foi a primeira experiência da região, com um “terroir” único e experimental. O projeto começou a ser sonhado em 2012, quando diversos testes, com diferentes uvas começaram a ser feitos. O “terroir” é o conjunto de fatores necessários para a vinicultura, como solo, clima e que podem interferir na qualidade dos vinhos.

A Fazenda Progresso
A fazenda Progresso, da Vinícola UVVA está nas terras mais altas da Chapada, a 1.150 metros de altitude, numa região de clima semi-árido, com uma amplitude térmica diária de até 20 graus centígrados, com dias quentes e noites frias. O solo argilo-arenoso é favorável à produção de uvas para vinhos. A UVVA criou o termo “cepas diamantinas”, para batizar as uvas que começaram a ser desenvolvidas na região, por conta do caráter pioneiro da produção.

O processo de produção
Todo o processo de produção, com dupla poda, foi desenvolvido pela UVVA, para viabilizar a produção no local, buscando sempre o momento e condições ideais para a colheita. O projeto prevê uma produção comercial em larga escala, além de microlotes especiais de vinhos superiores, complexos e de guarda.

Os vinhos
Hoje eles possuem experiências bem-sucedidas e produzem uvas Chardonnay, Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot. O resultado está na produção dos vinhos Sauvignon Blanc, Chardonnay, Cordel e Diamã, além dos microlotes de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot. O Diamã é o carro chefe da vinícola e homenageia a Chapada Diamantina. Um blend desenvolvido a partir de uvas maduras, com 12 meses de repouso em barris de carvalho francês e com 40% de Cabernet Franc, 20% de Cabernet Sauvignon, 20% de Merlot, 10% de Malbec e 10% de Petit Verdot. Os vinhos foram desenvolvidos pelo enólogo Marcelo Petroli, que assina a produção.

O projeto arquitetônico
A visita à vinícola impressiona desde a chegada, por conta do edifício imponente, com uma arquitetura moderna e de vanguarda, que comporta toda a linha de produção da vinícola. O projeto foi elaborado e coordenado pela arquiteta Vanja Hertcert, especialista em arquiteturas de vinícolas. O vinhedo tem formato circular, para compor com os pivôs centrais, tão comuns na agricultura dos entornos e é emoldurado pela Serra do Sincorá. Do amplo salão principal do edifício da vinícola, decorado com móveis de famosos designers brasileiros, já contemplamos uma vista maravilhosa dos vinhedos da UVVA.

A visitação
A família Borré chegou à Chapada Diamantina nos anos 80. Hoje a vinícola é comandada por Fabiano Borré, da terceira geração da família de gaúchos que chegou à Chapada Diamantina em 1984 em busca de novas terras férteis e mais baratas que as disponíveis no Rio Grande do Sul. A visitação à UVVA não deixa nada a desejar a destinos consagrados do mundo dos vinhos, como Mendoza, na Argentina ou aos vinhedos chilenos.

A produção
Depois de passar pelos vinhedos onde tivemos informações sobre o manejo e tipos de uvas produzidas na propriedade, fizemos uma visita técnica de duas horas, guiado pela enóloga Dani, que deu um show de apresentação dos detalhes e características dos vinhos. Ficamos apaixonados pela UVVA. Passamos ainda pela área de vinificação, salas dos tanques, áreas técnicas e caves. Toda a parte subterrânea fica ao lado de um corte rochoso, que expõe as rochas da região.

A exposição de Marcos Zacariades
Ainda desfrutamos uma exposição do artista plástico Marcos Zacariades, que reside na vila Xique Xique de Igatu, antigo povoado de garimpeiros da região.

A degustação
No final do tour fomos para a área de degustação, onde provamos quatro rótulos, sendo dois brancos e dois tintos. Após a degustação é possível seguir para a loja da vinícola onde podemos adquirir os produtos disponíveis para venda.

O restaurante da vinícola
Após a degustação dos vinhos, fomos para o excelente restaurante da vinícola, comandado pelo chef André Chequer, para completar o programa. A UVVA possui um projeto para a construção de um hotel e spa na chegada aos vinhedos, que deverá complementar a infraestrutura do lugar. Saímos da vinícola no final da tarde, voltamos para Mucugê. À noite fomos comer uma pizza no Restaurante Point da Chapada.

Leia mais:
- André Chequer
- Barragem do Apertado
- Cabernet Franc
- Cabernet Sauvignon
- Cepas Diamantinas
- Chapada Diamantina
- Chardonnay
- Cordel
- Diamã
- Dupla poda
- Família Borré
- Fazenda Progresso
- Marcos Zacariades
- Merlot
- Mucugê
- Petit Verdot
- Restaurante Point da Chapada
- Sauvignon Blanc
- Serra do Sincorá
- Terroir
- UVVA
- Vanja Hertcert
- Vinícola UVVA
- Xique Xique de Igatu
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.