A GRANDE SINAGOGA DE BUDAPESTE
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- joaquimnery
- 3 de junho de 2017
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- Hungria
04 de maio de 2017
Um dos lugares mais interessantes de Budapeste é o Mercado Coberto Central, foi construído no século XIX, inaugurado em 1897. O edifício possui 150 metros de extensão, com seis naves laterais interligadas. É o maior da cidade.

Quando foi construído era considerado uma obra de arquitetura e engenharia muito moderna. Hoje encontra-se totalmente reformado e é um lugar interessante para passear, observar as inúmeras barracas de frutas, queijos, embutidos e temperos coloridos.

No segundo andar do mercado aparecem lojas de artesanatos, lembranças da cidade e dezenas de pequenos restaurantes que servem comidas típicas para visitantes e cidadãos de Budapeste.

Deixamos o mercado para trás e seguimos andando até a Grande Sinagoga. Mais uma atração exclusiva da cidade. A Grande Sinagoga de Budapeste é a maior da Europa e segunda maior do mundo, perdendo apenas para a Nova York. Foi construída na segunda metade do século XIX, em estilo mouro-bizantino. É um edifício único no mundo. Bastante diferente das sinagogas tradicionais. Se assemelha a uma Catedral Católica, e por esse motivo, foi bastante criticada por judeus ortodoxos.

Possui duas grandes torres na fachada, encimadas por estruturas de “cebola”, que faz lembrar as catedrais russas e lhe dá um ar de santuário. A Sinagoga pode receber até 3000 fieis sentados, sendo que as mulheres ficam nas sacadas, em um espaço separado dos homens, obedecendo a uma tradição ortodoxa judia.

Construir a Sinagoga de Budapeste inspirado numa catedral cristã, foi uma estratégia dos novos judeus que chegaram a Budapeste, vindos da Europa Ocidental, para se aproximar mais das comunidades cristãs, e com isso, quebrar preconceitos e facilitar relacionamentos. No centro da nave principal, existem púlpitos, como nas catedrais cristãs.

No mesmo edifício da Sinagoga de Budapeste existe um museu com um acervo judeu, a mais rica coleção da Europa com esse conteúdo. Existem objetos desde a época romana até o século XX, bem como livros impressos há muito tempo.

Na área externa da Sinagoga, existe um jardim, que foi transformado em cemitério durante a ocupação nazista de Budapeste, entre 1944 e 1945. Um bela escultura de metal denominada de Árvore da Vida, serve de memorial aos 400 mil judeus húngaros mortos durante o Holocausto. A árvore representa um salgueiro chorão e nas suas folhas estão impressos os nomes das pessoas que ajudaram a salvar vidas de judeus nessa época.

A Sinagoga fica na entrada do Bairro Judeu. Durante a Segunda Guerra Mundial eles foram obrigados a viver aí. O bairro era cercado por casas altas e muros de pedra, para evitar que os judeus fugissem ou que recebessem ajuda externa. O bairro era superpopuloso, viveram aí mais de 60 mil pessoas, não havia coleta de lixo e os mortos apodreciam nas ruas, onde doenças e pragas se espalhavam.

O bairro degradado tinha os alugueis mais baixos de Budapeste nas décadas do pós-guerra. A partir do início dos anos 2000, o bairro foi ocupado por bares, food trucks e restaurantes transados. Se encheu de estudantes e artistas. Possui muitas lojas de design, galerias de arte e se transformou no centro da vida noturna e cultural da cidade.

O beco Gozsdu, no bairro judeu, é um dos exemplos de lugar descolado nesse centro de Budapeste.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (2)
FLÁVIO DANTAS SILVA
16 set 2018Simplesmente fantástico! A Sinagoga tem uma energia diferente. As pessoas passam pelos jardins em silêncio, observando as placas com os nomes dos judeus mortos pelos nazistas. O jardim é um lugar de muita reflexão. A Árvore da Vida é outro símbolo extremamente importante, pois, representa as pessoas que ajudaram a salvar os judeus do holocausto. Foram mais de 400.000 judeus húngaros mortos pelos nazistas. Parte triste da história. Como diz a placa nos jardins: “Never Again” (Nunca Mais)!
A GRANDE SINAGOGA DE BUDAPESTE — Um Pouquinho de Cada Lugar – Joaquim Nery | O LADO ESCURO DA LUA
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