Palermo, a capital da Máfia Siciliana
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- joaquimnery
- 9 de novembro de 2014
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- Destaques Europa Itália
27/09/2014 A chegada a Palermo impressiona desde a janela do avião. O mar azul, absolutamente transparente é interrompido por falésias brancas, próximas à capital da Sicília, estabelecendo o contraste entre a dramaticidade do relevo da ilha e a beleza do seu litoral.

São aproximadamente 30 km desde o aeroporto até a cidade. Chegamos a Palermo e fomos nos hospedar no Hotel Palace Politeama, um hotel antigo, no coração da cidade, numa localização espetacular. De lá dar para fazer muita coisa a pé.

O hotel fica em frente ao belo Teatro Politeama Garibaldi, na Praça Ruggero Settimo, um dos ícones de Palermo. O prédio do teatro possui uma arquitetura bonita e a fachada é valorizada por uma imponente quadriga. Deixamos as malas no hotel e fomos aproveitar a tarde.

Pegamos um ônibus de turismo da City Sightseeing, aí nas proximidades do hotel, que faz circuitos panorâmicos pela cidade, com locução em vários idiomas, inclusive em português e que o turista pode descer ou subir onde quiser, quantas vezes quiser e esperar o ônibus seguinte. Como tínhamos pouco tempo em Palermo essa seria a maneira mais fácil de ver mais em menos tempo. Esses ônibus São sempre uma boa alternativa. Pode-se comprar um ticket para dois dias e foi o que fizemos.

Palermo é a capital, e um resumo da Sicília. A variedade arquitetônica e cultural é reflexo de uma história de invasões e ocupações por povos diversos. A cidade fica protegida entre as montanhas e o mar, num imenso anfiteatro natural denominado de Conca d’Oro (Concha de Ouro).

A arquitetura de Palermo possui estilos que variam do árabe, passando pelo normando e chegando a formas e construções barrocas, como em toda a Sicília. Palermo é uma cidade com muitos casarões e palacetes antigos, que testemunham uma época de grandes riquezas. Muitos desses casarões estão sem uma conservação adequada, passando um aspecto de degradação em alguns pontos da cidade.

Seguimos o sightseeing tour pelas principais ruas da cidade, observando as pessoas gesticulando animadas pelas ruas. Na visita panorâmica passamos pelo enorme monumento dedicado aos mortos na luta contra a Máfia.

A Máfia siciliana é a mais famosa da Itália, mas não é a única. Existem máfias organizadas em Nápoles, na Calábria e em outros lugares do país. A da Sicília se chama Cosa Nostra, ou literalmente Coisa Nossa. É uma organização criminosa secreta que começou a se desenvolver na primeira metade do século XIX. Seguiu para a América, em especial para a costa leste dos Estados Unidos, com os imigrantes que chegaram aí no final do século XIX.

A Máfia para a Sicília é um misto de organização criminosa e instituição protetora dos pobres e oprimidos. Para muitos ela significava proteção, defesa de direitos e responsabilidade social, numa região onde o Estado quase sempre esteve ausente. Para outros, a Máfia era uma organização que cobrava taxas dos pequenos e médios comerciantes, além de estimular atividades ilegais como o contrabando e o trafico de drogas.

Passamos pela região do Porto e da Marina de Palermo. Uma área degradada e mal cuidada, que contrasta com o mar lindo que está a sua frente. Paramos na Praça Garibaldi em busca de um restaurante onde pudéssemos jantar.

Seguimos andando pelos becos do centro histórico de Palermo até encontrar o restaurante Antica Focacceria San Francisco, instalado no mesmo lugar, desde 1834, servindo focaccias especiais, um pão achatado, de origem italiana, que aí vem preparado com vários complementos. Existe até focaccia de rim, uma especialidade da Sicília. Provamos e não gostamos. A Praça em que fica o restaurante tem um charme especial, escondida no centro histórico de Palermo, possui uma área de atendimento externo e o interior da Focacceria possui uma decoração com objetos antigos que traduz o ambiente do lugar. A qualidade deixa um pouco a desejar.

Saímos do restaurante e decidimos voltar a pé para o hotel, passando pelas principais ruas do centro de Palermo. O comércio ainda estava aberto e uma multidão circulava pelas ruas.

Na chegada à Praça Ruggero Séttimo ainda pudemos desfrutar de um concerto com música clássica em frente ao Teatro Politeama e consequentemente em frente ao nosso hotel.

Ouça uma entrevista sobre esta viagem ao Sul da Itália.
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
xykosanto
10 nov 2014Republicou isso em xykosanto.