Ragusa, a capital do barroco siciliano
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- joaquimnery
- 20 de novembro de 2014
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- Destaques Europa Itália
01/10/2014
Saímos de Agrigento pelas estradas do sul da Sicília em direção ao leste da ilha. O destino inicial seria a cidade de Ragusa a aproximadamente 140 Km de Agrigento e pouco mais de 2 horas de viagem. As estradas dessa parte da Sicília não são tão boas quantos as outras que havíamos passado.

O que mais chama a atenção é a zona rural, com campos preparados para o período de chuva, que iria chegar. Apesar do clima árido, os solos são visivelmente férteis e isso se deve aos sedimentos provenientes de rochas vulcânicas que o Monte Etna e a geologia local ajudaram a compor.

Muitas também são as estações de geração de energia utilizando fontes alternativa. O que mais se vê são moinhos geradores de energia eólica e grandes estações de geração de energia solar, às vezes uma ao lado da outra. Nunca tinha visto tantas quanto na Sicília.

Estávamos indo para Ragusa com o objetivo de conhecer os tesouros do barroco siciliano. Próximo à Ragusa começamos a subir as montanhas e colinas até o destino final daquela manhã. A estrada, como toda estrada de montanha, ganha uma beleza especial.

A cidade de Ragusa e as suas vizinhas Modica e Noto, foram totalmente destruídas por um mega terremoto em 1693. Foram reconstruídas a seguir utilizando o estilo barroco vigente na época, criando uma arquitetura especial para as cidades e para este trecho da Sicília.

Chegamos a Ragusa pela parte moderna da cidade e fomos nos embrenhando no centro histórico. A cidade é dividida em duas partes. Na parte alta, Ragusa Nuova, predominam construções mais novas e na parte baixa, Ragusa Ibla, o que restou ou foi reconstruído depois do terremoto de 1693 e parece que parou no tempo.

Após o terremoto que destruiu toda a região, Ragusa Ibla foi reconstruída e os novos palácios ficaram ainda mais suntuosos, aproveitando o estilo barroco siciliano, que era vigente naquela época.

Como chegamos na cidade pela parte alta, chegamos por Ragusa Nuova, nem sabíamos da existência de Ibla. Paramos próximo à praça da Catedral construída no século XVIII e dedicada a São João Batista. Na frente da Catedral, uma grande balaustrada acompanhada de uma escadaria levam a uma praça com bares e restaurantes.

A cidade é enladeirada. Daí se chega a Ibla, por ladeiras íngremes ou escadarias. Descemos de carro. Estacionamos próximo à entrada de Ibla e nos embrenhamos nos becos e ruas da cidade, cheias de lojas de artesanato, grifes e galerias de arte, bares e restaurantes.

A principal atração é a Igreja de São Jorge feita por Gagliardi em 1746, uma obra prima do barroco siciliano. A sua fachada cenográfica combina com uma escadaria lateral e uma bela praça em frente cercada de palácios e casarões.

Quando pegamos os carros e começamos a deixar Ragusa para trás, com destino a Modica, descobrimos a melhor foto da cidade, uma fantástica vista panorâmica que pega toda a encosta de Ibla.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (3)
joaquimnery
24 nov 2014Obrigado Flávia.
flaviabraga
24 nov 2014Nossa que coisa linda essa foto panorâmica
xykosanto
21 nov 2014Republicou isso em xykosanto.