CHEGAMOS AO TOPO DA EUROPA
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- joaquimnery
- 10 de julho de 2017
- Suíça
14 de maio de 2017
O principal motivo de irmos a Interlaken era subir ao Topo da Europa. A mais importante atração dos arredores da cidade. O Topo da Europa é o nome que recebe a estação de trem mais alta do continente, a Jungfraujoch, localizada a 3.454 metros de altitude, na borda da montanha Jungfrau.

Decidimos comprar os tickets para a Jungfraujoch na recepção do hotel. O ticket é caro, mas ao final do dia chegamos a conclusão que valeu muito a pena todos os francos pagos. A recepcionista do hotel nos deu a dica para poupar aproximadamente 30 Francos Suíços para cada ticket. Deveríamos para isso pegar o trem na localidade de Grund, ao lado da estação de Grindelwald, e não em Interlaken. Seguiríamos para lá com o carro que estávamos usando na viagem. Gostamos muito dessa opção, pois a viagem de Interlaken até Grund, pouco mais de 20 km, possui paisagens maravilhosas e que são melhores apreciadas no carro que no trem.

O passeio convencional sai da estação Interlaken Ost e segue por dois caminhos diferentes e possíveis. Uma opção é seguir pela estação de Lauterbrunnen e a outra é seguir pela estação de Grindelwald. Como fomos de carro até Grund, optamos pela segunda e não faríamos a estação de Lauterbrunnem. A maioria dos turistas sobe por um caminho e desce pelo outro para aproveitar as paisagens de forma mais completa.

De Lauterbrunnem ou de Grindelwald, foi aí que começamos a nossa subida, existe uma troca de trem e segue-se até a estação de Kleine Scheidagg. Nessa estação existe uma última baldeação e pega-se o trem que leva direto a Jungfraujoch. Esse último trecho leva mais de uma hora de subida. No caminho, duas paradas rápidas para a observação de mirantes escavados na rocha. No dia que fomos, o tempo não ajudava e a névoa dificultava a visualização.

A ferrovia é uma obra de engenharia extraordinária. Começou a ser construída a mais de 100 anos. Para alcançar o objetivo, a solução foi a implantação de vários túneis por dentro das montanhas. Um deles chega a 7,5 quilômetros. No final do túnel chega-se a Jungfraujoch, de onde podemos admirar os picos Jungfrau, Eiger e Mönsch.

Ao longo da subida, pudemos contemplar uma paisagem maravilhosa. Cachoeiras improváveis despencam do alto das montanhas. Vales incríveis de profundidade alpina ficam na beira da ferrovia. Os viajantes ficam embasbacados e perdem o fôlego por diversas vezes.

Nos diversos vagões estão espalhados turistas do mundo inteiro. Hoje Jungfraujoch é um Patrimônio Mundial da Unesco. Chama a atenção a quantidade de orientais. Japoneses, chineses, malaios, indonésios e sobretudo indianos.

A quantidade de indianos é tão grande que um dos restaurantes do complexo Jungfraujoch, chama-se Bolywood, numa lembrança ao famoso complexo de produção cinematográfica de Mumbai, na Índia. Preferimos comer uma autêntica salsicha alemã, com mostardas especiais.

No complexo turístico de Jungfraujoch existem várias atrações, desde lojas de chocolate até uma construção feita dentro da geleira. O Palácio de Gelo. São túneis cavados na geleira que servem de entretenimento para os visitantes. Até o piso é de gelo. Precisa-se caminhar com cuidado. Esculturas de gelo são colocadas aí para completar a visitação.

A maior atração porém fica por conta do Plateau, de onde se tem uma vista maravilhosa das montanhas e é possível ter contato direto com a neve em qualquer estação do ano. Uma bandeira da Suíça completa a decoração da montanha.

Quando chegamos ao Plateau, o tempo estava completamente nublado. Uma forte névoa escondia completamente a paisagem. Estávamos prestes a desistir, com uma frustração grande, quando de repente soprou um vento salvador. Afastou a névoa e a paisagem deslumbrante finalmente apareceu. Foi bom demais. Passamos mais de uma hora no alto da montanha, encantados com a paisagem do lugar.

Na descida o que chamou a atenção foi a criação de gado leiteiro na beira da estrada, naquela altitude. Esses animais sobem as montanhas na primavera e ficam aí durante o verão aproveitando as pastagens dessa época do ano. No inverno descem para as áreas mais baixas fugindo da neve e do frio. Esse tipo de criação é denominado de transumância e é muito comum nas montanhas da Suíça.

Outro detalhe que vimos no trem, foi um filme institucional da companhia que explora a ferrovia e a estação final do Topo da Europa. Eles mostram no filme institucional, eventos que já foram realizados lá em cima. Jogos de tênis, basquete, corrida, luta de box e até show de rock já aconteceram por lá.

De volta a Interlaken, fomos ao Restaurante Husi Bierhaus, um bom lugar, descolado e jovem, especializado em cervejas.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.