O Instituto Inhotim – Parte 1
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- joaquimnery
- 27 de agosto de 2021
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Uma viagem para Minas Gerais com a Via Alegria
06 de agosto de 2021
Chegando a Belo Horizonte
Nos tempos de pandemia, estamos dando preferência a viagens regionais. Já fizemos Itacaré, Porto Seguro e Arraial D’Ajuda, Chapada Diamantina e desta vez aproveitamos para fazer uma viagem em família para Minas Gerais. O objetivo seria visitar Ouro Preto e Tiradentes, mas aproveitamos a oportunidade para passar alguns dias em Belo Horizonte e conhecer o Instituto Inhotim, que sempre foi um local desejado. O grupo era formado por 4 casais: Eu e Mônica, Patrícia e Flávio Ayres, Gabriela e Paulinho Gordilho e Rafaela e Jorginho Gordilho. Quem nos ajudou com as passagens e hospedagens foi a Agência Via Alegria (www.viaalegria.com.br).

Todos estavam programados para sair na segunda-feira, dia 09 de setembro, decidimos, porém, eu e Mônica, antecipar alguns dias, passar o final de semana em Belo Horizonte e aproveitar para conhecer Inhotim.

Saímos de Salvador num vôo da Azul, com uma hora e meia de duração e com destino ao aeroporto de Confins em Belo Horizonte. Ficamos hospedados no Hotel Mercure Savassi. A localização do hotel era muito ruim e também não gostamos das acomodações. Foi uma escolha ruim. No dia seguinte decidimos mudar de hotel.

O Instituto Inhotim – Parte 1
07 de agosto de 2021
Programamos para esse dia, um passeio de dia inteiro para o Instituto Inhotim. Já tínhamos agendado com um guia de Belo Horizonte para nos acompanhar nesse passeio. Pegamos o contato e indicação com o trade turístico de Salvador e marcamos com o excelente guia Saulo, (31) 99795-7691, para nos encontrar no hotel às 9h e seguirmos para Inhotim.

O Instituto Inhotim fica no município de Brumadinho, que infelizmente ficou mais conhecido pela tragédia provocada pelo rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, controlada pela Vale S.A, que aconteceu em janeiro de 2019. A tragédia provocou a morte de 270 pessoas e marcou a cidade de forma negativa. O Instituto Inhotim não foi afetado, pois fica fora do trajeto seguido pelas águas.

Encontramos com o Saulo no hotel e seguimos para Inhotim, a 65 km de Belo Horizonte e uma hora e meia de viagem. Já tínhamos adquiridos os acessos ao parque antecipadamente e compramos também o direito de usar um carrinho elétrico privativo durante toda a visita de um dia. O Parque é muito grande, são 140 ha disponíveis para visitação, com dezenas de atrações. As recomendações que pesquisamos falavam que para conhecer o parque com mais detalhes, seriam necessários três dias inteiros. Teríamos apenas um dia e por isso precisávamos otimizar ao máximo a nossa visita, portanto o carrinho elétrico seria fundamental. Existem opções de carrinhos compartilhados que funcionam como circulares, mas precisávamos de um que ficasse a nossa disposição. Chegamos no parque e encontramos o nosso carrinho elétrico sem dificuldade alguma.

O nome Inhotim já tem a sua história própria. Contam os moradores de Brumadinho, que a fazenda onde hoje fica o Instituto pertencia a uma empresa do ramo de mineração, cujo encarregado da propriedade era um inglês chamado Thimothy. O Senhor Tim que na linguagem do interior de Minas virou Inhô Tim. Essa era a “Fazenda do Inhô Tim”. A Fazenda foi adquirida por Bernardo Paz, um empresário mineiro do ramo da mineração, que decidiu transformar a sua propriedade em um museu a céu aberto. Para isso contou com a ajuda e colaboração de muitos amigos próximos ligados às artes contemporâneas.

A fazenda fica numa área remanescente de Mata Atlântica e Cerrados. O paisagismo é fantástico e teve uma inspiração inicial na relação de amizade entre Roberto Burle Marx e Bernardo Paz. Foi Burle Marx quem deu os primeiros palpites na preservação ambiental da propriedade. Ainda não havia o Instituto. Apesar da participação de Burle Marx, o paisagismo ficou a cargo de Pedro Nehring e Luiz Carlos Orsini, que assinou uma parte significativa do paisagismo do Instituto.

O sonho de Bernardo Paz
Bernardo Paz era um grande colecionador de arte moderna, já naquela época, na década de 80. A ideia do Instituto veio da sua relação com a ex-esposa, Adriana Varejão e amizade com o artista plástico Tunga, que o convenceu a investir na arte contemporânea. O Instituto foi aberto para visitação pública em 2006 expondo a coleção de Bernardo Paz. Hoje, é o mais importante centro de arte contemporânea do Brasil e o maior museu a céu aberto do Mundo e recebe mais de 400 mil visitantes por ano, que são atendidos por mais de mil funcionários.

Toda a área do Instituto possui trechos de Mata Atlântica, um jardim botânico com mais de 4 mil espécies de plantas cultivadas, galerias e cinco lagos ornamentais. Nesse período de pandemia, estava funcionando de quarta a domingo, sendo que às quartas o acesso é gratuito e tem fins educativos com a presença de muitos grupos escolares.

O Museu possui cerca de 170 obras de arte em exposição e conta ainda com quase 100 bancos esculpidos em madeira de árvores caídas ou mortas, feitos pelo designer e artista plástico, Hugo França. O primeiro banco de Hugo França foi colocado na base de uma árvore que é símbolo de Inhotim, um imenso tamboril, por quem o Bernardo Paz sempre foi encantado.

O Museu possui onze galerias permanentes, quatro galerias temporárias e muitas outras obras de arte separadas pelo jardim. No post seguinte contamos um pouco mais sobre as galerias e obras de arte de Inhotim.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.