O Instituto Inhotim – Parte 4
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- joaquimnery
- 7 de setembro de 2021
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07 de agosto de 2021
A Galeria Fotográfica de Claudia Andujar
Esse é o quarto post sobre a visita que fizemos ao Instituto Inhotim. Estávamos percorrendo as principais galerias. Uma das galerias que mais nos emocionou foi a da fotógrafa suíça, naturalizada brasileira Claudia Andujar, que dedicou a sua vida e arte à divulgação da causa dos índios Yanomami. A galeria é uma das mais novas de Inhotim e a segunda maior, com 1.600 metros quadrados. Foi inaugurada em 2015 e reúne mais de 500 fotografias que contam a história da relação da fotógrafa com o povo indígena Yanomami que habitam os estados de Roraima e Amazonas, na região próxima à fronteira com a Venezuela, tiradas entre 1970 e 2010.

A Galeria expõe as fotos numa sequência que mostra a evolução da relação da fotógrafa com os indígenas e da evolução das suas relações com a “civilização”. As fotos mostram aspectos culturais da tribo, a sua relação com os rituais xamânicos e as frentes de conflito no contato com o homem branco.

O Pavilhão Sônico de Doug Aitken
Uma das galerias mais procuradas e questionadas de Inhotim é o Sonic Pavillon do artista performático americano Doug Aitken. A obra consiste num furo de 200 metros de profundidade, que foi executado para captar o som da terra, a partir da instalação de uma série de microfones, no subsolo. O som é amplificado, equalizado e transmitido para o interior de um pavilhão de vidro, que se destaca no alto de um dos morros de Inhotim. A construção levou 5 anos para ser concluída. A galeria chama a atenção dos visitantes pelo caráter inusitado e pela curiosidade de ter a experiência de ouvir o som da terra. Não dá para ver o buraco, é um espaço para contemplação e reflexão.

De Lama Lâmina, de Mathew Barney
A galeria dedicada à obra do artista americano Matthew Barney fica dentro de um pavilhão em forma de iglu de vidro, no meio da mata. Tudo isso é representativo, pois a obra transmite uma preocupação ambiental e serve de denúncia ao desmatamento e destruição das florestas. No interior do iglu, um grande trator, segura uma árvore arrancada da terra. O trator e a árvore compõem uma grande escultura. Os vidros e espelhos das paredes do iglu criam um efeito de reflexo interessante.

As Esculturas de Edgard de Souza
No meio do parque de Inhotim existem algumas esculturas espalhadas pelo paisagismo do instituto do artista plástico paulista Edgard de Souza. As três esculturas de bronze fundido ficam numa área nobre do parque e foram executadas na primeira década dos anos 2000. As figuras humanas sem cabeça são bastante representativas em Inhotim.

A Invenção da Cor, Penetrável Magic Square de Hélio Oiticica
O artista plástico carioca Hélio Oiticica deixou em Inhotim, uma das suas obras mais icônicas. As imensas paredes coloridas no meio do paisagismo espetacular do Instituto, formam uma das marcas registradas do lugar. A obra foi concebida e executada a partir de maquetes feitas pelo artista após a década de 60. É formada por nove paredes de alvenaria, pintadas em tinta acrílica, com cores fortes, formando um imenso cenário para o paisagismo de Inhotim.

O Jardim de Narciso de Yayoi Kusama
Essa obra cênica da artista plástica japonesa Yayoi Kusama é formada por 500 esferas de aço inoxidável que flutuam num grande espelho d’água sobre o Centro Educativo Burle Marx. Foi colocada aí em 2009. As esferas de aço, bastante polidas, refletem os visitantes e a paisagem ao redor. É um dos pontos preferidos dos visitantes para fazer uma boa “selfie”. A obra foi originalmente apresentada em 1966, numa participação extra-oficial da artista, na Bienal de Veneza.

Abre a Porta, de John Ahean/Rigoberto Torres
Essa obra fica logo na entrada do Instituto Inhotim. Ela faz referência à cidade de Brumadinho e à sua gente. A “Rodoviária de Brumadinho” de 2005 é formada por um ônibus em tamanho real, com personagens da cidade e que foram ligados à implantação do Instituto. Os artistas John Ahean (americano) e Rigoberto Torres (porto-riquenho) levaram dois anos para fazer os dois trabalhos.

Na outra parede fica a obra “Abre a Porta”, que representa uma festa popular da região, com alguns elementos do paisagismo do Instituto. A presença da comunidade quilombola da região está marcada na obra.

Depois de um dia inteiro de visita ao Instituto Inhotim, quando visitamos um grande número de galerias, passamos na lojinha de lembranças para comprar um livro sobre o Museu e seguimos de volta para Belo Horizonte. Como não tínhamos gostado do hotel onde ficamos na noite anterior (Hotel Mercure Savassi), decidimos mudar de hotel. A Agência Via Alegria nos ajudou com a mudança e fomos direto para o excelente Radisson Blu de Belo Horizonte, localizado também na Savassi.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.