A Geografia da Noruega
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- joaquimnery
- 7 de outubro de 2016
- Destaques Europa Noruega
Pela manhã, saímos de Oslo, para a região dos fiordes da Noruega. O país tem uma geografia toda especial. O desenho do seu litoral é muito recente, começou a ser formado na última grande era glacial, há cerca de 12 mil anos atrás, quando o gelo acumulado sobre a calota polar do norte, começou a derreter. A imensa massa de gelo pressionou a terra, cavando vales profundos que foram preenchidos pela água do mar. Assim foram surgindo os fiordes. Baías estreitas e muito profundas, que penetram muito no continente, alguns deles, com até 200 km de extensão, pouco mais de 100 metros de largura e 1.500 metros de profundidade.

Essa geografia especial teve e tem até hoje uma forte influência sobre o povo da Noruega. A escassez de terras cultiváveis, apenas 3% do território, sempre levou a uma forte dependência dos produtos do mar. O salmão e o bacalhau estão entre as suas especialidades. A pesca ainda é uma das principais atividade nos fiordes da Noruega. Quase todos os produtos agrícolas, são importados.

Hoje a geografia continua a influenciar os seus destinos. A energia Hidrelétrica é abundante, em função da grande quantidade de rios, de cursos acidentados, que descem das montanhas e caem no mar, com um grande desnível e portanto um grande potencial para gerar energia.

O petróleo é a sua principal riqueza atual, por causa das grandes reservas existentes na plataforma continental. A Noruega criou, no auge dos altos preços do petróleo, em 1990, um fundo estatal para administrar parte dos lucros obtidos com a exploração do petróleo, o Oljefondet, e com as licenças geradas para essa atividade, garantindo para a sua população uma excelente qualidade de vida. As reservas do fundo são investidas no mercado internacional, dando mais garantia e estabilidade ao seu patrimônio. O fundo do petróleo é uma reserva para o futuro, para quando não houver mais petróleo. Hoje o país vive da renda desse Fundo do Petróleo. É o maior fundo soberano do Mundo e pertence ao povo norueguês.

A riqueza do petróleo e do seu fundo de reserva, permitiram à Noruega grandes investimentos públicos e de infra-estrutura. Destacam-se as estradas improváveis do país. Montanhas e fiordes para todos os lados, exigiram gigantescos esforços de engenharia. As estradas são cheias de túneis e o transporte rodoviário é complementado por uma grande quantidade de ferry-boats.

Com duas horas e meia de viagem, chegamos a Lillihammer, nas margens do Lago Mjosa, o maior lago da Noruega. A cidade, cercada de montanhas, possui pouco mais de 26 mil habitantes. Já sediou os Jogos Olímpicos de Inverno, em 1994. Paramos aí para “esticar as pernas” e seguir viagem até a cidadezinha de Otta, 100 quilômetros adiante, onde almoçamos.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.