Uma live sobre a geografia e o turismo da França, parte II
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- joaquimnery
- 16 de agosto de 2020
- Europa França Super Destaque
07 de maio de 2020
Esse é o segundo post da live que fizemos durante o período de quarentena da pandemia do coronavírus em 2020, sobre a geografia e o turismo da França. Foi um projeto do instagram @umpouquinhodecadalugar que objetivava levar para o público que acompanha a rede social, um conteúdo de entretenimento. No primeiro post comentamos sobre a geografia do país e sobre a região da Normandia, com ênfase nas praias do Canal da Mancha, que foram palco para o episódio do Dia D, durante a Segunda Guerra Mundial.
O espetacular Le Mont Saint Michel
Nesse post começamos com a região do espetacular Le Mont Saint Michel. Nessa região do Canal da Mancha, existe uma das maiores marés do mundo. Fica numa elevação granítica próxima ao litoral. Em determinados momentos do dia, em função do movimento e da amplitude das marés, se transforma numa ilha. O assoreamento intenso na beira do rio ameaça as características naturais do Monte.

A história do lugar começou no século VIII, em 708, quando o Bispo de Avranches (Aubert), após uma visão milagrosa, mandou construir sobre o Monte Tombe, nome original do lugar, um santuário em homenagem ao arcanjo Miguel. O santuário se tornou ponto de peregrinação, fazendo um eixo religioso com outras cidades francesas como Carcasone e Avignon. A partir do século X, os beneditinos se instalaram na abadia e na base do morro surgiu uma aldeia. Hoje em dia nesse local aparece uma única rua, cheia de lojinhas de suvenires, pousadas e restaurantes. A abadia do Monte Saint- Michel é o segundo mais importante ponto de visitação turística da França.

Depois de analisar na live, a Região da Normandia, partimos para o Vale do Rio Loire, que possui ao longo do seu caminho uma grande quantidade de castelos, são mais de 300, que foram instalados aí pela corte francesa ao longo da sua história, desde a Idade Média. As cidades do Vale foram beneficiadas pela implantação dos castelos e foram transformadas em polos importantes de atração turística na França, dentre elas destacam-se: Blois, Amboise, Angers, Orleans e Tours. Os castelos mais antigos foram construídos como grandes fortificações a partir do século X. Quinhentos anos depois a arquitetura desses castelos foi se transformando, ganhando mais leveza e luxo, deixando de ser uma máquina de guerra e sendo transformado em palácios, com ênfase em design e paisagismo.
O castelo de Angers fica no alto de uma colina na beira do Rio Maine, um dos afluentes do Rio Loire. É um típico castelo medieval, que remonta à época inicial de implantação dos castelos medievais do Loire, com uma muralha fortificada e cercada por fossos. A origem do Castelo data do século IX, mas a fortaleza com o formato atual somente começou a ser construída a partir de 1230. O Castelo possui cerca de 800 metros de comprimento, cercado por 17 torres, com alta capacidade de defesa. Na base das torres um grande fosso cercando toda a estrutura que hoje possui jardins em estilo medieval.

O Castelo de Amboise e o Clos-Lucé
Na pequena cidade de Amboise ficam dois castelos especiais. O Castelo de Amboise fica numa situação privilegiada e bastante protegida, no alto de uma colina, às margens do Rio Loire, de onde se tinha uma ampla visão do rio. O acesso se dá por uma grande rampa que era utilizada para a subida de homens e cavalos. Um dos principais moradores do Castelo de Amboise foi Francisco I, que levou Leonardo da Vinci para Amboise em 1515 e teve a sua companhia nos últimos anos de vida do artista.
O Castelo de Clos-Lucé serviu de morada para Leonardo da Vinci e é onde está, em exposição, várias maquetes de criações feitas pelo artista, como tanques de guerra, paraquedas, bicicletas, etc. Leonardo viveu e trabalhou em Clos-Lucé.

O Castelo de Chenonceau
O Castelo Chenonceau é definido por muitos como o mais belo dos castelos do Loire. Na chegada os jardins já impressionam. Um longo caminho de plátanos, cercado de muita água leva até o sítio do Castelo. Nos arredores, belos jardins simétricos compõem o visual, que se completa com o reflexo do Chenonceau nas águas do rio Cher, um dos afluentes do Rio Loire. O Castelo de inigualável beleza foi construído sobre uma ponte que atravessa o rio, como um capricho dos seus idealizadores. É o segundo castelo mais visitado da França, perdendo apenas para Versalhes. Forma uma imensa galeria com 60 metros de comprimento, construída sobre arcadas.

O Castelo de Chambord
O Castelo/Palácio de Chambord impressiona desde a chegada. Fica localizado numa área ampla, cercado por grandes jardins e canais, no meio de uma área de florestas temperadas. É o maior de todos os Palácios de Vale do Loire. Bonito e imponente. Foi construído para servir como Castelo de Caça para o Rei Francisco I. Aquele mesmo que viveu no Palácio de Amboise e que teve Leonardo da Vinci como seu conselheiro. Como foi construído para servir de apoio às caças do Rei Francisco I, O palácio de Chambord foi pouco habitado. O próprio Francisco I foi aí poucas vezes, estima-se que passou em Chambord, pouco mais de sete semanas, incluindo as curtas temporadas de caça. Esse foi o motivo pelo qual Chambord nunca foi totalmente mobiliado.

Cheverny e Chaumont
O Cheverny pertence à família Hurualt desde o século XIII. É um dos raros exemplos de longevidade e continuidade de propriedade num castelo francês por tanto tempo. São cerca de 800 anos desde a sua origem, pertencendo ao mesmo grupo familiar. O castelo aparece muito bem conservado, os cômodos retratam a história da família e um pouco da história da França e do Vale do Loire. Cheverny é famoso pelos seus interiores, objetos e mobiliário. Existem excelentes coleções antigas pertencentes à família do castelo.

Dos castelos do Vale do Loire, o Chaumont-Sur-Loire chama a atenção pela arquitetura medieval. O castelo fica no alto de uma colina nas margens do Rio Loire, o que configura uma localização estratégica do ponto de vista militar. Na entrada do castelo uma ponte suspensa dá as boas vindas. Nos arredores existem belos e amplos jardins, com árvores maravilhosas, dentre elas destacam-se os Cedros Libaneses.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.