O Largo do Pelourinho
18 de maio de 2019
Decidimos fazer um programa de turistas em nossa própria cidade. Destinamos o final de semana para visitar o Centro Histórico de Salvador. Começamos pela Praça Municipal, seguimos para a Praça da Sé, Terreiro de Jesus, Largo de São Francisco e finalmente começamos a caminhar pelas ruas e becos dos entornos do Largo do Pelourinho.

A cidade do Salvador foi construída por Thomé de Souza em 1549, para ser a primeira capital do Brasil. Foi por muito tempo uma das cidades mais importantes do Novo Mundo. Todo o Centro Histórico é tombado pelo IPHAN e possui, desde 1985, o título de Patrimônio Histórico da Humanidade da UNESCO. O casario colonial ainda preserva uma aparência da cidade que existiu aí nos séculos XVII e XVIII.

O tombamento do Centro Histórico de Salvador e o título de Patrimônio Histórico e Cultural, ajudaram na restauração e preservação de muitos imóveis no local. Desde a década de 80 essa recuperação se acentuou e vive momentos de altos e baixos.

O Pelourinho
Seguimos pela Rua das Laranjeiras, pegamos o Maciel de Baixo até chegar ao Largo do Pelourinho. Esse é o local mais conhecido e importante do Centro Histórico. É um dos símbolos de Salvador. As ruas que dão acesso ao Pelourinho possuem muitas lojas de artesanatos, lembranças da Bahia e espaços culturais.

Toda essa área do Centro Histórico é bastante frequentada por turistas e baianos. A programação cultural intensa e festiva ajuda nesse grande fluxo de pessoas. A presença de hotéis, pousadas e restaurantes, também contribui com a integração do Centro Histórico de Salvador à vida da cidade. O policiamento é frequente e o local é bastante seguro durante o dia.

O Largo do Pelourinho tem esse nome em função da coluna que existia no centro do largo, no período colonial e que era utilizada para castigar escravos e criminosos em praça pública. A coluna não existe mais, mas o nome ficou e deu fama à Praça.

Logo na chegada ao Largo do Pelourinho e na posição mais estratégica da Praça, fica a Fundação Casa de Jorge Amado, num belo casarão que contempla a praça lá do alto. A Fundação foi inaugurada em 1987, com o objetivo de preservar o acervo bibliográfico e artístico do escritor Jorge Amado. No interior da Fundação fica um museu dedicado à vida e obra do escritor. A concepção e curadoria do acervo da casa contou com a colaboração do próprio escritor e da sua companheira, Zélia Gattai.

No meio da Praça, do lado direito de quem desce a ladeira, fia o edifício do SENAC, onde funciona um restaurante escola, especializado em comida baiana e que é uma referência no Centro Histórico e uma boa pedida para almoço. O restaurante ocupa três casarões com equipamentos integrados. Possui um teatro, museu gastronômico e também um sistema de “Comida a Quilo”, com um excelente buffet de comida baiana e um serviço nota 10.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Logo abaixo fica a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, do início do século XVIII. A Igreja possui uma história ligada aos escravos. As missas costumam ser celebradas ao som de atabaques, cantos e danças inspiradas nos terreiros de candomblé, sobretudo às terças-feiras. Ficam lotadas e formam um espetáculo à parte. No fundo da igreja existe um antigo cemitério de escravos.

Desde o período colonial, os negros escravos e os alforriados que aderiram ao catolicismo formaram irmandades e passaram a ser devotos de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Bárbara. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, em Salvador, foi quem construiu o templo que passou a ser conhecido como Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

Um dos destaques da igreja é a imagem da Santa Bárbara, que fortalece o sincretismo religioso do local. Na festa dedicada a Santa Bárbara ou Iansã, no dia 4 de dezembro, a procissão sai da Igreja do Rosário dos Pretos e segue até a sede do Corpo de Bombeiros, corporação que tem essa santa como madrinha, onde é servido o grande caruru anual da Festa de Santa Bárbara.

Após a visita à Igreja do Rosário dos Pretos, subimos o Largo do Pelourinho, passando pela Rua Alfredo do Brito onde fica o edifício da primeira Faculdade de Medicina do Brasil. No final da Rua Alfredo de Brito, já na esquina com o Terreiro de Jesus, fica o famoso bar Cantina da Lua.

Pousada Aram Yami
Pegamos o carro que havíamos deixado no estacionamento ao lado do Palácio Thomé de Souza, onde fica a Prefeitura de Salvador e seguimos para o outro lado do Centro Histórico. Escolhemos o excelente Restaurante Poró para o almoço. O restaurante é pequeno, intimista, de excelente qualidade. Ainda fomos agraciados com o acompanhamento musical de uma dupla de músicos virtuosos de Salvador. Luizinho Assis e Joatan Nascimento.

Após o almoço, seguimos para a pousada de charme Aram Yami, localizada na Rua Direita de Santo Antônio, no bairro de Santo Antônio Além do Carmo, onde iríamos nos hospedar por uma noite a convite a Agência de Viagens Via Alegria.

A Aram Yami é um hotel boutique, com apenas seis suítes exclusivas, que surgiu a partir de uma ampla reforma num belo edifício colonial, nesse bairro que está renascendo em Salvador a atraindo investimentos em hotéis e restaurantes. O hotel possui um serviço personalizado, de excelente qualidade, com uma vista de tirar o fôlego da Baía de Todos os Santos.

Descansamos um pouco e à noite saímos para jantar em mais uma opção excelente da gastronomia do Centro Histórico de Salvador. Fomos ao Restaurante Pisco, com música ao vivo e um bom cardápio. No caminho passamos pela Rua Direita de Santo Antônio que está cada dia mais integrado à vida noturna da cidade. Muitos imóveis foram e estão sendo reformados, sem perder o charme das fachadas coloniais.

- Bahia
- Casa Boqueirão
- Centro Histórico
- Centro Histórico de Salvador
- Festa de Santa Bárbara
- Fundação Casa de Jorge Amado
- Iansã
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
- IPHAN
- Jorge Amado
- Largo do Pelourinho
- Patrimônio Histórico da Humanidade
- Pelourinho
- Pousada Aram Yami
- Restaurante do SENAC
- Restaurante Pisco
- Restaurante Poró
- Rua Direita de Santo Antônio
- Salvador
- Santa Bárbara
- Santo Antônio Além do Carmo
- SENAC
- UNESCO
- Via Alegria
- Zélia Gattai
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
Alcides Costa
10 jun 2023Deus abençoe a todos.
Eu sou o Poeta Cidinho de Campina Grande um apaixonado pela Bahia já tendo morado em Salvador,Feira de Santana e Itaberaba.gravei várias músicas sobre a Bahia inclusive O Arraia do pelô.
Gostaria de apresentar um projeto cultural a esta entidade.
Grato pela atenção de todos.
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