Teotihuacan, “onde os homens se tornam deuses”
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- joaquimnery
- 19 de novembro de 2019
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- América Destaques México
31.10.2019
Estávamos na Cidade do México e saímos para um passeio em direção ao Parque Arqueológico de Teotihuacan, o “local onde os homens se tornam deuses”. Esse é o significado da palavra Teotihuacan. Um dos mais importantes sítios arqueológicos do país.

Antes de sair da cidade, paramos para conhecer a Plaza de Las Tres Culturas. Um ponto de interesse na periferia da cidade, onde é possível identificar três estilos arquitetônicos diferentes. O pré-hispânico, o colonial e o moderno. A maior parte da praça é formada pelo centro cerimonial Tlatelolco, uma cidade irmã da capital Asteca Tenochtitlan. A cidade asteca de Tlatelolco era um importante centro comercial. Os espanhóis ergueram no local A Igreja de Santiago de aspecto austero. No fundo da praça destacam-se prédios modernos ao fundo. Tlatelolco foi a última cidade Asteca a cair nas mãos do conquistador Cortés, quando ele derrotou o líder Cuauhtemoc em 1521.

Saímos da Plaza de Las Tres Culturas e seguimos viagem para Teotihuacan, que fica a pouco mais de 40 km da Cidade do México. No caminho ficamos impressionados com os tamanhos das favelas que circundam a Cidade do México. Os moradores dessas favelas são chamados de “paraquedistas”.

Antes de chegar às ruínas, fizemos uma primeira parada numa loja de artesanato para observar a produção de peças feitas com diversos tipos de minerais diferentes. Destaque para a obsidiana, que os povos pré-hispânicos da Meso América usava como instrumentos, objetos de decoração e até armas.

O Parque Arqueológico de Teotihuacan
Chegamos ao Parque Arqueológico de Teotihuacan, uma das cidades mais impressionantes do mundo antigo. Foi fundada antes da era cristã e chegou a possuir mais de 125 mil habitantes. Sabe-se muito pouco sobre Teotihuacan. Na sua época áurea chegou a ser a sexta maior cidade do mundo. Não sabemos qual foi a civilização que a construiu. A cidade foi abandonada pelo seu povo, por volta do ano 650.

Os Astecas conheceram Teotihuacan, mas não ocuparam o seu sítio. Teotihuacan não era uma cidade asteca. Os astecas acreditavam que o lugar era sagrado e, portanto, intocado. Acreditavam que teria sido construído por gigantes.

Existem evidências de que a civilização que dominou Teotihuacan teve relações comerciais e trocas culturais com os maias. Os palácios, as pirâmides e os centros cerimoniais mostram o esplendor que foi a vida em Teotihuacan. A origem e o fim de Teotihuacan, porém, continua sendo um mistério. A cidade permaneceu soterrada por mais de mil anos. Quando os espanhóis chegaram aí, a grande maior parte do que se vê hoje em dia estava debaixo da terra. As escavações só começaram em 1864 e continuam até os dias atuais.

O conjunto é formado por vários palácios, templos e pirâmides. As estruturas mais importantes são as Pirâmides da Lua e do Sol. A Pirâmide da Lua é um pouco menor, mas como fica numa área mais elevada no relevo, acaba tendo uma altura semelhante à pirâmide do Sol. É do alto da Pirâmide da Lua que se tem as melhores fotos do conjunto.

O Palácio Quetzalpapalotl fica ao lado da Pirâmide da Lua e é outro ponto de visitação importante. É um labirinto de residências e templos construídos ao longo dos séculos, cuja última parte foi o palácio. Deve o seu nome a um ser mitológico. Uma ave borboleta. Algumas estruturas estão bem preservadas com cores vivas ainda presentes.

A Avenida dos Mortos
Em frente à Pirâmide da Lua fica a Avenida dos Mortos que se estende por todo o sítio arqueológico atual. Acredita-se que no passado a avenida era mais extensa. O nome de Avenida dos Mortos foi dado pelos astecas que acreditavam que as estruturas laterais eram túmulos reais.

No caminho pela Avenida dos Mortos encontramos o mural da onça-pintada, um dos destaques do conjunto. Retrata uma onça sobre motivos aquáticos.

A Pirâmide do Sol é uma das maiores do mundo. A sua base é do mesmo tamanho da Pirâmide de Quéops, a Grande Pirâmide do Egito. Possui 225 metros de base para cada lado do quadrilátero. A altura, porém, é menor. A Pirâmide do Sol tem 65 metros de altura enquanto que a de Quéops tem 144 metros. Uma das ações “obrigatórias” para quem visita Teotihuacan, é subir as escadarias das duas pirâmides. É um grande esforço, mas vale muito a pena.

Quetzalcoat era o Deus maior da civilização que viveu em Teotihuacan. Corresponde à Serpente Emplumada. A sua imagem é representada com um corpo de serpente a plumas na cabeça. Esse mesmo Deus era adorado pelos maias. Na civilização maia recebia o nome de Kukulcan. O Templo e Pirâmide de Quetzalcoat possui uma série de máscaras da “Serpente Emplumada”. Foi a última visita que fizemos em Teotihuacan.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
Carloe Eugênio Junqueira Ayres
20 nov 2019Muito bonito