Um giro por Belo Horizonte
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08 de agosto de 2021
A Feira Hippie de Belo Horizonte
Estávamos em Belo Horizonte, como parte de um roteiro pelo interior de Minas Gerais, que incluía as cidades históricas de Ouro Preto e Tiradentes. Saímos pela manhã para conhecer a Feira Hippie de Belo Horizonte, que acontece todos os domingos, das 7 às 14h, na Avenida Afonso Pena, no centro da cidade.

A Feira Hippie de Belo Horizonte é famosa. É oficialmente chamada de Feira de Artes, Artesanatos e Produtores de Variedades de Belo Horizonte. É enorme e tem um pouco de tudo. Artesanatos, produtos de decoração, roupas, brinquedos, pinturas, esculturas, comidas, bebidas e muito mais. Recebe em média 80 mil pessoas por final de semana. Acabou se transformando num dos maiores atrativos turísticos da cidade.

A Igreja da Pampulha
Depois de passear pela Feira Hippie, seguimos para o bairro da Pampulha, um dos lugares mais pitorescos da cidade. O bairro fica no entorno de uma enorme lagoa artificial construída entre as décadas de 1930 e 1940, nas gestões dos prefeitos Negrão de Lima e Juscelino Kubitischek. Para a ambientação do bairro da Pampulha, o arquiteto Oscar Niemeyer projetou um grande conjunto arquitetônico que se tornou referência na cidade.

O projeto mais marcante do conjunto da Pampulha é a Igreja de São Francisco de Assis, também concebida por Niemeyer. O projeto que foi inaugurado em 1943, e se tornou um marco para a arquitetura moderna brasileira e mundial. As linhas arredondadas mostram a ousadia de Niemeyer nos experimentos e inovações no uso do concreto armado, dando início a um estilo que marcou toda a sua obra.

No interior da igreja existem 14 painéis de Cândido Portinari, que retratam a Via Sacra e que é considerado uma das suas obras-primas.

Na parte externa da igreja, os jardins de Burle Marx e os mosaicos nas fachadas laterais e no fundo da igreja completam o conjunto arquitetônico, que é um dos mais importantes cartões postais de Belo Horizonte.

O projeto revolucionário escandalizou o ambiente cultural da cidade de tal forma, que as autoridades da igreja não permitiram, por catorze anos, a consagração da capela, pela sua forma inusitada e pelos painéis de Portinari, que fugiam dos padrões da igreja. Um cachorro substitui um lobo ao lado de São Francisco de Assis.

A Lagoa da Pampulha
Depois de visitar a área externa da Igreja, decidimos fazer o contorno da Lagoa da Pampulha, um dos marcos urbanos de Belo Horizonte. A lagoa começou a ser formada a partir de 1936, na gestão do prefeito Negrão de Lima, que iniciou o represamento do Ribeirão Pampulha para conter enchentes e armazenar água para o abastecimento da cidade. A obra foi concluída por Juscelino Kubitschek, na gestão seguinte.

A orla da Lagoa possui muitos equipamentos de lazer, como o Jardim Zoológico da cidade, o Estádio do Mineirão, ciclovias, locais para caminhadas, parques, etc.

Saímos da Pampulha e fomos atrás de um restaurante para almoçar. Não tínhamos reservas e foi impossível. Tentamos os famosos: Xapuri e Maria das Tranças, mas não conseguimos. Era dia dos pais, os restaurantes estavam lotados, nesse início do fim da pandemia. Desistimos e voltamos para o Hotel Radisson Blu, onde existe um excelente restaurante, a Pizzaria Olegário, um dos mais famosos e tradicionais da cidade. À tarde fomos circular pelo Shopping Patio Savassi e finalizamos o dia.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.